Procura-se na Quitanda

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Mundo Livre S/A

Essa galera é boa desde seu primeiro CD, eu sou fã. Gosto de muitos trabalhos deles, desde o "Samba esquema noise", ainda com Otto na formação da banda, até o "Bebadogroove", último CD lançado em 2005. Agora, eis que surge "Novas Lendas da Etnia Toshi Babaa", também e, como sempre, influenciada pelo eterno Jorge Ben, outro de quem sou muito fã.
Esse novo CD está malandro que só! Eu adorei. Aquele samba-rock de prache para fazer todo mundo dançar, uma influência eletrônica, até interessante, porque mistura com um brega-chick já conhecido desde os anos 80. Som animado e contagiante, daqueles que abre sorriso espontâneo enquanto escutamos, sabe?!
As músicas estão carregadas de boas letras, passando da mulher brasileira ao aquecimento global, dando toques sutis de exagero e apontando os defeitos do tal capitalismo e a já conhecida babilônia que insiste em nos engolir! 
Tem parceria com B Negão, o que muuuito me agrada! 
Devo confessar, eles são pernambucanos, isso me deixa em queda livre por eles! A influência da cultura pernambucana nas boas músicas são sempre notadas, é uma arte exclusiva, a gente percebe quando uma banda é de lá! Me agrada por demais, que fique grifado! Tem um pouco de frevo, um som todo alegria que coube muito bem na obra toda.
Outra observação que atentei, foram os títulos, achei muito bem sacados. 


Para encontrá-los, tem o site em construção http://www.mundolivresa.com/site/
E para baixar esse CD novo: 
http://www.hominiscanidae.org/2011/10/mundo-livre-sa-novas-lendas-da-etnia.html
Desse,ainda não tenho preferida, mas deixo uma das tops na minha opinião, a letra não é deles, é do super talentoso Pedro Luiz, (que aliás, merece post aqui, vou providenciar!) mas a versão groove que eles fizeram ficou bem boa. De fato, devo assumir que a versão da Casa do Timbó (Banda de Rio Claro) desta música é sensacional, melhor que a deles até, mas delas eu falo em outro momento.


Caio no Suingue - Pedro Luiz 
Eu caio no suingue é pra me consolar

É que essa vida não tá mole, eu faço assim para me segurar
Se eu caio no suingue é pra me consolar
É que essa vida não tá mole, eu faço assim para me segurar
Esse funk é tiro de canhão
Rajada de metralhadora
Que situação
Esse país na emboscada
Mas injusta divisão
Com a boca escancarada
Faço esse protesto em forma de oração
Ave mãe
Filhos, primos
Espíritos que habitam o planeta
Façam votos
Que em versos tomem atitude
Pra mudar a coisa que já ta pra lá de preta
Eu to cantando, você dirigindo
O outro tá rezando, alguns se divertindo
Muitos precisando, outros conseguindo
Se todos realizam algo, o mundo segue o seu caminho




segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Casa Verde Colectivo

Muito bom quando tem música nova para ouvir. Novas referências, outras percepções, expansões mentais, sentimentais, enfim, música para mover cada passo da vida. Assim que é!
A novidade (pra mim) da vez é a banda latina Casa Verde Colectivo, com integrantes mexicanos, cubanos, canadenses e até brasileiros, o que se percebe facilmente pela influência folclórica em algumas músicas.
Uma mistura inusitada e deliciosa de sonoridades. O mesmo CD tem reggae, dub, um toquinho de pandeiro de couro para abrasileirar a melodia e colocar uma pitada de bem estar nas músicas, afinal, "quem não gosta de samba, bom sujeito não é", ou lhe dói a cabeça ou é falta de pé! Só pode ser! Não tem como não mexer o quadril quando o pandeiro chama a melodia. É fato!
A vocal feminina é boa demais! Me encantei! Realmente, a diversidade é o chamariz e a marca da banda nascida na Cidade do México.
Não conheço muito ainda, estou a procura de novas informações sobre eles. O site oficial é difícil de entrar, não carrega, pelo menos aqui no meu computador, mas o que estou ouvindo, estou gostando muito!
A percussão é muito marcante, mas delicada, casa com as vozes, uma feminina e uma masculina que se completam em algumas das interpretações. As cordas também são muito bonitas, um pouco de música cubana e argentina dá para identificar nesse momento.
Instrumentos de sopro, muita coisa boa! Eles conseguiram mesclar a diversidade em uma só música e em todas elas individualmente com uma característica diferente e marcante.
É o tipo de CD que a gente não cansa de ouvir, porque cada faixa é uma referência, assim não enjoa e não fica aquela sensação de mesma música o tempo todo - coisa que acontece bastante com as bandas mais comerciais.
Bom, é isso por enquanto, quem quiser ouvir mais, encontrei o site e eles tem facebook também (quem não tem?!).
http://www.casaverdecolectivo.com/
Para baixar o CD, tem esse link que me foi passado por um amigo (agradeço por isso!). Lá tem, não só a Casa Verde, como outras bandas latinas bem interessantes. Vale a pena!
http://frontlinesound.blogspot.com/2011/10/casa-verde-colectivo-casa-verde.html


sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Eterna Marisa!

Suspiros de amor eterno por essa diva da música brasileira! Sim, eu babo ovo, pago pau, tenho uma queda e um abismo por ela. Pelo talento como um todo, a voz, o jeito, as composições, os ideais de vida, o estilo de música e próprio, tudo. Acho-a simplesmente divina!
Ela é capaz de com tão pouco dizer muito, sinto com todo coração cada melodia e cada letra cantada por ela, parece que ela traduz em palavras toda grandeza e profundidade dos sentimentos, sejam eles quais forem. As parcerias são sempre certeiras também, desde Tribalistas, (apesar de não gostar tanto de Carlinhos Brown e ver no Arnaldo algo de louco que não me identifica!) até as parcerias internacionais. Julieta Venegas é uma delas, que inclusive já foi lembrada aqui no Blog, aliás, ela é bastante lembrada nas minhas noites e manhãs, não deixo de ouvi-la um dia se quer.
Voltando à Marisa, nem consigo selecionar uma música preferida, então pela lógica cronológica, vou falar do novo CD: "o que você quer saber de verdade". É lindo! Eu achei! "Atenção para escutar o que você quer saber de verdade", é um de seus versos poéticos musicados. É isso que ela faz, poesia musicada, com toda delicadeza e perspicácia da mulher.
Toda feminina, ela sim, me lembra a força e a delicadeza da existência da mulher. Ela fala com sutileza e leveza o que é viver, amar, sentir, sofrer, chorar, enfim... tudo!
"Amar alguém só pode fazer bem!", é outro de seus versos musicados nesse novo trabalho. Um mimo necessário aos ouvidos em tempos onde o amor banalizou-se ou esvaiu-se pelas mãos como água, sem se quer sobrar tempo de verdadeiramente amar.
Tem uma música com referências de choro, outra como roda de ciranda e a música de trabalho, do clipe com o lutador Anderson Silva, bem comercialzinha, uma melodia meio cabaré e um clipe meio apelativo para a publicidade. 
Se for escrever sobre ela, passo horas e páginas e mais páginas, portanto, deixo aqui onde ouvir um pouquinho do novo CD, que está por vir e eu estou louca para te-lo em mãos e decorados em meus ouvidos!


http://www.marisamonte.com.br/

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Lenine

Nenhuma novidade é falar da excelência de Lenine em suas composições, simplesmente fenomenal! Batidas de guitarra tão únicas que logo se identifica o autor, não tem jeito. Lenine é Lenine. Seu trabalho é bom desde os primórdios, ouso "metaforizar" que é quase o Rei Midas da Música Brasileira: tudo que ele toca vira ouro aos meus ouvidos!
Digo isso, especificamente, pela versão que ele fez de Sebastiana, do também sensacional Jackson do Pandeiro. Ele já tinha uma versão dessa música, bem como de tantas outras do mesmo compositor, que muito lhe agrada e nunca foi segredo, mas num especial para o Som Brasil, da rede Globo, ele caprichou na inspiração e levou uma releitura sensacional de um dos maiores exemplos do xaxado do nosso Brasil.
A versão é demais! Genial! Tem uma contemporaneidade, com bateria, guitarra base e solo e o baixo, que é simplesmente mágico! Com quatro músicos no palco,  conseguiram fazer o groove perfeito! Vale a pena ouvir e reouvir, por isso, fica aqui o link para quem quiser:
http://www.youtube.com/watch?v=bUqcOBLp8lM
Ainda não consegui baixar essa versão, só mesmo pelo youtube. No 4shared tem aquela outra versão, já mais antiga que ele fez da mesma música, que alias foi o motim para a versão do Som Brasil, ouvindo, percebe-se a semelhança, mas ainda fico com a do Som Brasil como melhor releitura!
E não é só essa música, o cara simplesmente faz mágica com a sonoridade. Tem um groove próprio, ele e suas cordas sempre inovam nos trabalhos, ele sempre traz uma referência contemporânea misturada com a nossa cultura genuinamente popular (no sentido de povo mesmo). Comprovando o que escrevi até agora, colo aqui um trechinho da apresentação do site, escrita pelo próprio Lenine: "Dizem que faço uma música que agrega manifestações musicais brasileiras e de outros cantos do mundo. Sons que não se encaixam em um único gênero e desconhecem limites. Eu concordo. Pelo menos, é o que tento!"
É isso, ele é mágico! Adoro!


Para encontrá-lo:
http://www.lenine.com.br/bio

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Natiruts

Siiim, vou me superar e falar de Natiruts! Confesso desde o início, que preferia a versão Nativus do Alexandre e companhia, mas eles mudaram o nome, a formação e o estilo musical, deixando o muito do bom reggae pra trás e iniciando seu "reaggaepopower", como defini para ele próprio em uma oportunidade que tive de encontrá-los. Fato é, ele sabe do meu desapontamento!
Enfim, mágoas deixadas para trás, resolvi resgatar Natiruts na minha lista recente de músicas, tudo porque eu ia em um show, então pensei "preciso ouví-los novamente para ver do que se trata". Assim o fiz com o CD Raçaman, que olha só, me surpreendeu! Não pelas melodias, porque essas continuam enlatadas na versão "pop show", mas as letras bem que dizem verdades.
A letra da música título do CD já estapeia a cara de pessoas que, assim como eu, os julgam como banda reggae de qualidade. Não que eu concorde com o que ele diz: "Apesar dos julgamentos infelizes e hipócritas (...) Ser raiz é ter no prato o que comer e não miséria para turista e gringo ver (...) Ser cantor de reggae é imitar o Bob Marley (...)".
Concordo com o que ele diz a respeito do julgamento do que é "ser preto pobre" e também a respeito da cobrança que se faz com o reggae ser sempre a mesma cópia de ser Rasta e Bob Marley, mas no meu ponto de vista, não os quero como cópia de Bob, mesmo porque para isso não há jeito, ele é único, nem parecido conseguem deixar!
A questão é vender a música para a indústria cultural globalizada e deixar todas as melodias e letras iguais. Maaas, não vou falar mal, mesmo porque como disse acima, me surpreendeu o novo CD pelas letras cabíveis e sinceras. Sim, gostei de algumas do CD. O ruim é que tem algumas muito "axezadas", uma coisa meio "até o chão" que não me agrada, enfim... desabafos a parte, o CD é realmente bom e bem trabalhado.
São anos de persistência na carreira como músicos e esse respeito é válido. Gostei do CD, está bem trabalhado, percebe-se o carinho com que trabalharam nele, todas as músicas são coladas umas nas outras, trabalha um tema, bem interessante.
A maioria é romântiquinha, mas super bonitinhas! "No mar" é uma graça; "Um céu, um sol e um mar" também é gostosa de ouvir e ele a chama (sua musa inspiradora!) de Flor de Laranjeira, ai que lindo!!! :)
nem vale colocar letra preferida porque colocaria várias da época Nativus, inclusive deixaria "Leve com você" como sugestão!
Fica dica de CD como um todo para ouvir! Raçaman - Natiruts
Para encontrá-los, www.natiruts.com
Ah, eles estão por aqui fazendo show. Mogi Guaçu no próximo fim de semana, dia 29/10.





terça-feira, 11 de outubro de 2011

Manu Chao

Um francês bilíngue que desde sempre teve a arte como ponto de partida em sua vida. Filho de um escritor galego muito conhecido, Ramón Chao, Manu sempre gostou de compor. Seu nome de batismo é José Manuel, mas sempre conhecido como Manu.
Influenciado pelo punk, Chao formou seu primeiro grupo, chamado Hot Pants, ficou pouco conhecido, mas seguiu em frente e criou o Mano Negra, em homenagem a uma organização anarquista que operava na Espanha na época. Uma banda eclética com influências de música francesa, espanhola, além da forte presença do punk meio a lá The Clash. O primeiro single do Mano Negra foi Mala Vida, um grande sucesso na França, que rendeu ao grupo um contrato com uma gravadora. 
A banda fez turnês por toda América Latina e Europa, inclusive passando pelo Brasil, no Rio de Janeiro, onde de barco, passaram em diversas cidadezinhas levando a cultura musical miscigenada da qual estava acostumado! Sim, porque nada que venha dele será convencional e essa é a parte "delícia" de ser o que ele é!
Depois disso, a banda acabou. Manu ficou viajando por aí, compondo sozinho, até que montou seu álbum solo intitulado Clandestino, lá pra 1998. Este, foi um resultado musical de todas suas viagens físicas e mentais.
A música é claramente uma mistura simpática de milhares de ritmos e influências. Jazz, rumba, punk, tem de tudo e é uma maravilha de ouvir! Cultura pura, transbordando pelas beiradas!
A música que o trouxe à tona e é tocada até hoje nas rodas de quem realmente gosta do estilo desenfreado de Manu é  Clandestino.

Para encontrá-lo, tem o site, todo colorido e cheio de informações, adoro muito!

Clandestino
 Manu Chao
Solo voy con mi pena
Sola va mi condena
Correr es mi destino
Para burlar la ley

Perdido en el corazón
De la grande Babylon
Me dicen el clandestino
Por no llevar papel

Pa' una ciudad del norte
Yo me fui a trabajar
Mi vida la dejé
Entre Ceuta y Gibraltar

Soy una raya en el mar
Fantasma en la ciudad
Mi vida va prohibida
Dice la autoridad

Solo voy con mi pena
Sola va mi condena
Correr es mi destino
Por no llevar papel

Perdido en el corazón
De la grande Babylon
Me dicen el clandestino
Yo soy el quiebra ley

Mano Negra clandestina
Peruano clandestino
Africano clandestino
Marijuana ilegal

Solo voy con mi pena
Sola va mi condena
Correr es mi destino
Para burlar la ley
Perdido en el corazón
De la grande Babylon
Me dicen el clandestino
Por no llevar papel


Argelino clandestino
Nigeriano clandestino
Boliviano clandestino
Manu Negra ilegal